Mostrando postagens com marcador fotógrafo. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador fotógrafo. Mostrar todas as postagens

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Coluna de Fotografia

Gerhard Waller é veterinário de formação e fotógrafo amador e coloborador da coluna de fotografia do Scrapfriendscuritiba. Para conhecer mais sobre seu trabalho, visite seu Flickr: http://www.flickr.com/photos/gwaller/show/


Fotógrafos - Dorothea Lange

Na coluna de hoje, falaremos um pouco sobre a fotógrafa Dorothea Lange, uma das primeiras fotógrafas da história e que teve grande importância na documentação fotográfica da vida das classes menos favorecidas dos EUA. 

“Não tocar! Não perturbo o que fotografo, não me intrometo e não faço arranjos.”

Esse era um dos princípios da fotógrafa norte-americana Dorothea Lange, cujo trabalho proporcionou um dos documentarios sociais de fotografia de maior compromisso do século XX.
Dorothea Lange (26/05/1895 – 11/10/1965) foi uma influente fotógrafo documental e fotojornalista americana. Lange é melhor conhecida pelo seu trabalho para a FSA – Farm Security Administration (Administração de Segurança da Fazenda) sobre a época da depressão. As fotografias de Lange humanizaram as consequências trágicas da Grande Depressão e influenciaram profundamente o desenvolvimento de fotografia documental.
Lange nasceu em Hoboken, New Jersey em 26 de maio de 1895 com o nome de batismo Dorothea Margarette Nutzhorn. Descontente com o próprio nome, ela eliminou o seu nome do meio e trocou seu sobrenome por Lange, que era o sobrenome de solteira de sua mãe. Em 1902, aos 7 anos de idade, Lange contraiu Poliomielite. Vítima da doença em uma época que não havia tratamento, ela teve como sequela a sua perna direita debilitada. Embora ela tenha compensado bem sua inaptidão, ela sempre mancou, e acreditava que sua inaptidão era a influência mais importante em seu carater.


 
Dorothea Lange, 1895 - 1965

Lange aprendeu fotografia na cidade de New York em aula ministrada por Clarence H. White e informalmente estagiou para vários estúdios de fotografia de New York, incluindo o de Arnold Genthe. Em 1918, ela se mudou para San Francisco onde ela abriu um estúdio de retrato extremamente próspero. Ela morou na baía em Berkeley pelo resto de sua vida. Lange casou com o notável pintor Maynard Dixon, com quem ela teve dois filhos, Daniel Dixon, nascido em 1925, e John Dixon, nascido em 1928. Com o começo da Grande Depressão, Lange virou a lente de sua câmera fotográfica de seu estúdio para a rua.
Os estudos de Lange sobre os desempregados e os sem-teto chamaram imediatamente a atenção de fotógrafos locais e conduziram ao emprego dela na RA - Resettlement Administration (Administração de Restabelecimento) federal, que depois veio a se chamar FSA - Farm Security Administration (Administração de Segurança da Fazenda).

Fila do Pão em White Angel, 1933

Em 1935 ela se divorciou de Dixon e se casou com o economista agrícola progressista Paul Schuster Taylor, Professor de Economias na Universidade de Califórnia, Berkeley. Taylor foi responsável pela educação de Lange em assuntos social e políticos, e eles trabalharam juntos documentando a pobreza rural e a exploração de arrendatários e trabalhadores imigrantes durante os próximos cinco anos - Taylor entrevistando e colhendo dados econômicos, e Lange tirando as fotografias.
De 1935 a 1939, o trabalho de Lange para o RA e FSA trouxe para a atenção do público a difícil situação dos pobres e esquecidos, particularmente dos arrendatários, famílias fazendeiras deslocadas, e os trabalhadores imigrantes. Distribuído grátis a jornais pelo país, as imagens pungentes dela se tornaram ícones da era da depressão americana.
Sua fotografia mais famosa é titulada “Mãe Migrante". A mulher na fotografia é Florence Owens Thompson, mas Lange aparentemente nunca soube o nome dela.

Mãe Migrante

Em 1960, Lange falou sobre a sua experiência ao tirar a fotografia:

“ Eu vi e me aproximei da mãe faminta e desesperada, como se puxada por um ímã. Eu não me lembro como eu expliquei minha presença ou minha máquina fotográfica a ela, mas eu me lembro ela não me fez nenhuma pergunta. Eu fiz cinco exposições, trabalhando cada vez mais próxima na mesma direção. Eu não perguntei o nome dela ou a história dela. Ela me contou a idade dela, que ela tinha trinta e dois anos. Ela disse que eles tinham estado se mantendo com legumes congelados dos campos vizinhos, e pássaros que as crianças matavam. Ela tinha vendido há pouco os pneus de seu carro para comprar comida. Lá ela sentou dentro de uma tenda com suas crianças se acomodando ao redor dela, e parecia saber que meus quadros poderiam a ajudar, e assim ela me ajudou. Havia um tipo de igualdade sobre isto.”

Parece que Lange se enganou sobre alguns detalhes dessa história (como o filho de Thompson depois explicou, veja Dunne, Geoffrey. "Photographic License", New Times, 2002.), mas o impacto da fotografia estava baseado na imagem e não nas suas particularidades. Ela representa a força e necessidade de trabalhadores imigrantes da época.
Em 1941, Lange foi premiado com um Guggenheim Fellowship por excelência em fotografia. Depois do ataque em Pearl Harbor, ela desistiu do prestigioso prêmio para registrar a evacuação forçada de nipo-americanos (nissei) para acampamentos de recolocação no oeste americano, em tarefa para a WRA - War Relocation Authority (Autoridade de Recolocação de Guerra). Ela cobriu a retirada de nipo-americanos, sua evacuação para os centros temporários e para Manzanar, o primeiro dos acampamentos de internação permanentes. A sua fotografia de jovens meninas nipo-americanas que empenham submissão à bandeira logo antes delas serem enviada para acampamentos de internação é uma lembrança assombrosa desta política de deter as pessoas sem acusação por qualquer crime.

Recolocação dos nipo-americanos - 1942

As imagens dela eram tão obviamente críticas que o Exército as confiscou. Hoje aproximadamente 800 fotografias dela sobre internação estão disponíveis nos Arquivos Nacionais. Estas fotografias estão disponíveis no website da Still Photographs Division of the National Archives (Divisão de Fotografias Imóveis dos Arquivos Nacional), e há um jogo duplicado de impressões na Biblioteca de Bancroft da Universidade de Califórnia, Berkeley.

Uma Nação Indivisível - 1942
    
Em 1952 Lange foi uma das fundadoras da distinta revista fotográfica Aperture.
Nas últimas duas décadas da vida de Lange, sua saúde era precária. Ela sofreu de úlceras hemorrágica e de síndrome de pós-polio - embora esta renovação da dor e fraqueza de pólio ainda não foi reconhecida pela maioria dos médicos. Ela morreu no dia 11 de outubro de 1965, aos 70 anos, em San Francisco. Lange deixou seu segundo marido, Paul Taylor, dois filhos, quatro enteados, e numerosos netos e bisnetos.

REFERÊNCIAS:
TASCHEN – Fotografia do Século XX, 2005, TASCHEN Gmbh
http://xroads.virginia.edu/~ug97/fsa/farm.html
http://en.wikipedia.org/wiki/Farm_Security_Administration
http://en.wikipedia.org/wiki/Dorothea_Lange

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Artigo de Fotografia - Regra dos terços

Estamos de volta com um excelente artigo sobre fotografia de Gerhard Waller, falando sobre a regra dos terços.

Muitas vezes nos perguntamos porque nossas fotos são tecnicamente boas porém visualmente não nos diz muita coisa quando comparamos elas com as de outros fotógrafos mais experientes. Em 99% das vezes a resposta se dá em uma palavra: composição.
Composição é o modo em que montamos a fotografia, ou seja, como colocamos no enquadramento o motivo principal assim como o fundo e demais componentes da foto. Para algumas pessoas, principalmente artistas plásticos, isso é uma tarefa fácil e intuitiva porém muitos sentem dificuldades em montar e enquadrar o tema no visor da câmera.
Nosso primeiro instinto é centralizar o tema a ser fotografado, nos preocupando se está simetricamente distribuido no quadro da foto. Em algumas situações, como em retratos, esse tipo de enquadramento funciona porém na maioria das vezes o resultado é uma foto estática, que não nos diz muita coisa. Olhamos para a fotografia e em poucos instantes conseguimos interpretar toda ela e isso, num certo sentido, nos deixa um tanto frustrado. É mais ou menos como ler um livro sabendo todo o enredo dele, podemos nos deliciar com a linguagem e o modo como o autor escreveu ele porém todo o mistério já não existe pois sabemos tudo o que irá acontecer.
Podemos pensar a fotografia da mesma forma. Ao criarmos uma necessidade de interpretação da foto cria-se uma tensão, uma necessidade de interpretarmos a foto e com isso a necessidade de passar mais tempo vendo ela, interpretando os detalhes e como o motivo principal interage com a paisagem. Mas como criar essa tensão? Como fazer com que nosso motivo principal se destaque no meio de uma paisagem? Um dos recursos para fazermos isso é a chamada “regra dos terços”.



A regra dos terços não é uma criação da fotografia, os antigos pintores sabiam que ao se criar duas linhas verticais e duas linhas horizontas imaginárias de forma proporcional na tela (podemos imaginar um jogo da velha simétrico), os pontos coincidentes dessas linhas eram os pontos da tela que chamava mais a atenção do nosso olhar (fig. 1). Sabendo disso eles colocavam propositalmente os motivos principais de suas pinturas nesses pontos coincidentes.

Fig. 1 - Divisão do quadro em terços iguais

Na fotografia usamos o mesmo conceito, colocamos nosso assunto principal coincidindo com um dos quatro pontos de interesse da regra dos terços. No entanto não apenas os quatro pontos de interesse são úteis, podemos usar também as duas linhas verticais e horizontais para dividir a fotografia e criar uma equilíbrio na composição. Linhas do horizonte são um bom exemplo para o uso da linha horizontal: se o céu é o que queremos mostrar mais usamos a linha inferior como divisão do horizonte e a paisagem terrena é o que queremos mostrar mais, então usamos a linha superior como divisão. Linhas do horizonte dividindo a foto no meio em geral tornam a foto monótona, a não ser que nossa intenção seja reja realmente dividir a foto ao meio, para enfatizar reflexos ou simetrias na foto por exemplo.
Um exemplo do uso de um dos quatro pontos de interesse da regra dos terços é verificada na foto 1.



Foto 1 - Exemplo da regra dos terços na fotografia

Na foto 1 verificamos que o motivo principal coincide com o ponto de interesse superior esquerdo da foto. Ao analisarmos a fotografia verificamos também que os dois rapazes junto à bicicleta estão próximos ao ponto de interesse superior direito, o que nos faz chamar a atenção para eles. A leitura de nós ocidentais é sempre da esquerda para a direita e de cima para baixo, esse fato e mais o fato dos rapazes estarem fora de foco faz com que primeiro nossa atenção seja direcionada para o rapaz que está lendo e depois para os dois rapazes no segundo plano.
Notamos também que os limites superior e lateral da grade coincide com as linhas superior e direita, equilibrando ainda mais a fotografia.

A regra dos terços na prática

No começo pode parecer dificil mas com o tempo conseguimos imaginar as linhas no visor da câmera e compor a foto de acordo com a regra dos terços. Algumas câmeras inclusive vem com o recurso de mostrar as linhas no viso e/ou tela, facilitando bastante o momento da composição porém haverá situações em que teremos muito pouco tempo para enquadrar e compor a fotografia. Nessas situações podemos aplicar a regra dos terços no momento da edição da foto no computador usando um editor de imagens (Photoshop, Lightroom, Aperture, etc.).
Podemos citar um exemplo prático. Ao fotografar um pássaro temos muito pouco tempo para preparar a câmera, enquadrar, compor a foto e clicar. No caso da fotografia mostrada em foto 2, o corvo pousou no muro e tive que pegar a câmera, tirar a proteção da lente, ligar, enquadrar a foto e clicar em menos de 5 segundos. Se eu fosse parar para compor melhor a foto o corvo teria voado e eu perderia a foto. Nessas situação podemos enquadrar o corvo no centro da foto e abrir um pouco mais o campo de visão (menos zoom), assim teremos o motivo principal e espaço suficiente ao redor dele para editarmos e compormos a foto. Veja bem, o ideal é compor a foto no momento em que a tiramos, cada segundo que a gente economiza no momento da foto será necessário um minuto ou até mais no editor de fotos para corrigir ela.


Foto 2 - Foto original com o corvo no centro da foto
A foto tecnicamente está boa porém é uma foto que não nos diz muita coisa. Ao olhar para ela vemos o corvo em primeiro plano em cima de um muro e nossa leitura termina por aí, vemos uma praça no fundo mas nada lá atrás nos chama a atenção.
Começamos então redimensionando e cortando a foto (crop) nos baseando na regra dos terços. Começamos posicionando o corvo no canto inferior esquerdo, assim teremos uma boa visão do fundo também, e o resultado é a foto 3.



Foto 3 - Resultado da foto original após o deslocamento do corvo
para o ponto de interesse inferior esquerdo


O resultado é uma foto um pouco mais bem resolvida e agora o corvo nos chama mais a atenção e o segundo plano se faz mais evidente, ajudando a compor a foto, porém o muro mais parece um chão agora. Para resolver esse “problema” moveremos o corvo para o canto superior esquerdo, como mostrado na foto 4.


Foto 4 - Foto original após mover o corvo para o ponto de interesse superior esquerdo
O corvo aparece mais destacado porém o segundo plano ficou mais apagado e o muro ficou com um destaque muito grande, além de sua linha estar muito centralizado na foto.
Comparando-se com a foto 3 o resultado da foto 4 ficou a desejar.
Como uma terceira opção colocaremos a linha do muro coincidindo com a linha imaginária horizontal inferior e o corvo coincidindo com a linha imaginária vertical esquerda. Podemos verificar o resultado na foto 5.



Foto 5 - Foto original após coincidir a linha do muro com a linha horizontal inferior
e o corvo com a linha vertical esquerda.




Como resultado temos uma foto muito mais bem resolvida comparando-se com as fotos 3 e 4. O corvo tem um destaque no primeiro plano, a linha do muro está numa posição mais agradável e o segundo plano também nos chama a atenção, ajudando a compor a foto.

É claro que o resultado sempre é subjetivo e o que pode ser mais agradável para uns pode não ser para outros. No exemplo dado algumas pessoas irão preferir a foto 3, outras a foto 4 ou mesmo a 5 e também algumas pessoas irão preferir a foto original, com o corvo centralizado. No meu ponto de vista a foto 5 é a mais bem resolvida. Se formos analisar friamente todas as fotos estão corretas e o que irá pesar mais será o que queremos passar com a fotografia.

Como toda regra na fotografia, a regra dos terços não é uma regra rígida que deve ser seguida a risca porém ela é uma excelente ferramenta para nos ajudar a criar fotos mais agradáveis ao nosso olhar.

Um excelente final de semana para todos!

quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Artigo sobre fotografia - White Balance

Voltamos com mais um artigo sobre fotografia.
Desta vez Gerhard Waller nos traz um excelente artigo sobre White Balance.


Gerhard Waller é veterinário por formação,
engenheiro mecânico por profissão
e fotógrafo por paixão.
http://www.flickr.com/photos/gwaller/


Entendendo o balanço de branco - White Balance (WB)

A percepção das cores de um objeto muda de acordo com o tipo luz que o ilumina. Isso é fácil de se perceber quando estamos dirigindo a noite nas ruas iluminadas com lâmpadas de mercúrio (aquelas que tem um tom branco azulado) e mudamos para uma outra rua com lâmpadas de sódio (cor amarelada). Nosso cérebro se adapta (até certo ponto) às diferentes cores de luz mas quando há uma mudança brusca percebemos com mais facilidade essa diferença da cor da luz.
Na fotografia colorida essa mudança de tipo de luz e ainda mais perceptível gerando muitas vezes efeitos bastante desagradáveis. Ao fotografarmos uma superfície branca iluminada com uma fonte de luz azulada essa superfície aparecerá azulada, se a fonte for alaranjada, a superfície aparecerá alaranjada, e assim sucessivamente dependendo da cor da luz, porém muitas vezes é do nosso interesse que uma superfície branca apareça nas fotos sempre branca independente da fonte de luz. Para que isso seja possível existe nas câmeras digitais um ajuste do tipo de luz que está iluminando a cena, o balanço de branco ou white balance (WB), em inglês.

Para entendermos melhor como funciona o balanço de branco precisamos entender a escala da temperatura luz.
Imaginemos um pedaço de ferro sendo aquecido gradativamente. No começo não percebemos nenhuma mudança na sua cor porém na medida que ele vai ficando mais quente ele começa a ficar avermelhado, e nesse ponto começa a emitir luz. Se continuarmos o seu aquecimento ele passa a ser laranja, amarelo, esverdeado e azul. Se associarmos cada temperatura do ferro aquecido com a cor da luz que ele emite teremos o que chamamos de temperatura da luz e essa temperatura é a que será usada como referência na câmera para fazermos o ajuste do balanço de branco. Essa temperatura é dada em Kelvin ou temperatura absoluta (0K = -273oC), conforme a figura 1.



Figura 1: Escala de cores em Kelvin. Fonte: www.fazendovideo.com.br



Prestando atenção na escala da figura 1 você deve estar se perguntando por que a temperatura do vermelho é a mais baixa e a do azul é a mais alta pois você aprendeu que o azul é uma cor fria e o vermelho é uma cor quente? Isso de fato pode gerar confusão pois são dois conceitos diferentes: um artístico e um físico. Em arte o vermelho é uma cor quente por nos lembrar coisas quentes como o fogo e o azul ao contrário nos lembra coisas frias como o amanhecer na neve.
Cada tipo de luz diferente terá uma temperatura diferente, desde temperaturas mais altas como as lâmpadas fluorescentes até as mais baixas como lâmpadas incandescentes, a lâmpada de filamento mais tradicional, conforme a tabela 1:




Tabela 1: Temperatura de diversos tipos de luz. Fonte: www.fazendovideo.com.br




Obviamente não precisamos decorar essa ou outras tabelas com as diferentes temperaturas da luz mas é importante termos sempre em mente que luzes avermelhadas terão uma temperatura mais baixa e as azuladas mais alta.

A temperatura da luz na prática: ajustando o balanço de branco.

Quando fotografamos usando filme precisamos saber o tipo de luz que iremos fotografar e baseado nisso escolhermos o tipo de filme a ser usado. Existe basicamente dois tipos de filmes, um para luz do dia e outro para lâmpada incandescente, os demais tipos de luz serão corrigidos a partir de filtros inseridos na parte frontal da lente da câmera.
Na fotografia digital o ajuste ficou mais flexivel e de acordo com o tipo de luz que iremos usar a câmera pode ser rapidamente ajustada, sem a necessidade de se usar filtros fotográficos. As câmeras fazem esse ajustes automaticamente porém em muitas câmeras esse ajuste também pode ser feito de forma manual, ou seja, você define o tipo de luz para qual a câmera será configurada. Isso parece um contracenso pois se a câmera pode fazer esse ajuste automaticamente por que perder tempo ajustando de forma manual? Porque por mais preciso que seja esse sistema não existe nenhuma câmera em que o balanço de branco automático funcione com total precisão, mesmo as profissionais top de linha, aliás, esse é o calcanhar de Aquiles de muitos modelos profissionais e semiprofissionais. Outra razão para usarmos o ajuste manual é que podemos escolher o tipo de luz para criarmos um clima diferente na foto ou mesmo para acentuar determinadas tonalidades de cor. Esse ajuste manual pode ser acessado através do menu de ajustes da câmera ou mesmo através de uma tecla de atalha no corpo da câmera para facilitar e agilizar esse ajuste.
Em geral temos as seguintes opções no menu de ajuste manual da câmera: Automático (Auto), Luz do sol (Daylight), Nublado (Cloudy), Incandescente (Tungsten), Fluorescente (Fluorescen), podendo ter também em modelos mais avançados Sombra (Shade), Flash e predefinido. Lembro que cada câmera terá sua própria configuração, consulte o manual da mesma para saber as opções disponiveis e como efetuar seus ajustes.
Analisaremos a seguir cada ítem:

Luz do sol (Daylight, Sunlight, Sunny)

Essa é a opção para dias de sol para fotos externas onde a luz do sol é a principal fonte de luz. Essa opção também pode ser usada nas câmeras aonde não existe a opção Flash.

Nublado (Cloudy)

Use essa opção para dias nublados ou para sombras, quando a câmera não tiver essa opção. Essa opção pode ser também usada quando desejarmos tons mais quentes sob a luz do sol.

Incandescente (Tungsten)

Essa é a opção de escolha quando nossa principal fonte de luz é a lâmpada incandescente ou lâmpada doméstica comum.

Fluorescente (Fluorescent)

Use essa opção quando a fonte de luz é a lâmpada fluerescente, tanto as de tubo quanto as lâmpadas econômicas usadas no lugar das incandescentes. Algumas câmeras também oferecem a opção de escolha do tipo de lâmpada fluorescente: luz do dia, branca fria, etc.

Sombra (Shade)

Use essa opção quando você o tema fotografado encontra-se na sombra ao ar livre. Pode ser usado em substituição ao modo nublado (Cloudy).

Flash

Essa opção é selecionada quando usamos o flash. Na ausência dessa opção pode-se usar a opção luz do sol (dayight).

Customizado (Custom)

Nessa opção é possivel selecionar a temperatuda da cor em Kelvin. É opção é particularmente util quando conhecemos a temperatuda da fonte de luz e ao fazermos esse ajuste conseguimos configurar com precisão a câmera. Geralmente usamos essa opção em estúdio ou mesmo quando usamos uma tabela de temperatura de luz, como a tabela 1.

Preset

Essa opção é que as pessoas chamam de “bater o branco”. Existem situações onde nenhuma das configurações apresenta um resultado satisfatório e não temos idéia da temperatura da luz e nem temos tempo (ou paciência) de ficarmos testando várias temperaturas no modo customizado. Nessas situações podemos lançar mão de um recurso disponivel em câmeras mais avançadas, o chamado “bater o branco”, onde usamos uma superfície plana branca pura e informamos a câmera que esse será a referência de branco e com isso a câmera ajusta automaticamente a temperatura da luz. Em fotos cotidianas (não profissionais) e num momento onde não temos muitos recursos podemos usar uma folha de papel branco como referência ou mesmo alguém com uma camiseta branca, o resultado não será perfeito mas com certeza será melhor que qualquer adivinhação.

Automático (Auto)

Essa é a configuração padrão de fábrica das câmeras. Nessa configuração a câmera mede a temperatura luz e define automaticamente o tipo de configuração do balanço de branco. Na maioria das vezes, nas boas câmeras, esse ajuste é efetuado de forma satisfatória mas em algumas situações o resultado é bem frustrante. Na minha opinião aonde a câmera mais se perde nesse ajuste automático é quando fotografamos um assunto na sombra e em algumas situações em dias nublados. A câmera se autoajusta para luz do sol (Daylight) quando deveria ser para sombra (Shade) ou mesmo nublado (Cloudy) e o resultado são tons errados de cor, principalmente o verde de vegetação, marrom da terra e tons de pele. Observe nas fotos 1 e 2 essa diferença. Na foto 1 a foto foi tirada no modo automático (Auto) e na foto 2 no modo sombra (Shade). Na foto 1 a câmera se autoajustou para o modo luz do sol (Daylight) causando uma tonalidade errada.





Foto 1 - Motivo na sombra com o balanço de branco automático



Foto 2 - Motivo na sombra com o balanço de branco ajustado para sombra

Podemos observar que os tons da foto 1 tende para o azul enquanto a foto 2 apresenta tons mais reais.

O que fazer quando as coisas dão errado

Haverá situações onde no fim do dia vamos ver as fotos que tiramos e após baixarmos as mesmas para o computador percebemos que muitas das fotos que tiramos estão com o balanço de branco errado ou por erro da câmera ou por nosso erro ao configurarmos ela de forma errada. Apesar da grande frustação que isso causa é possivel corrigir esse problema de forma satísfatória. Programas de edição de fotos como Photoshop e Lightroom, ambos da Adobe, Photo Paint da Corel ou mesmo o GIMP (Gnu Image Manipulation Program) têm recursos de correção de cores que conseguem corrigir esse problema. Entre os programas de edição de fotos o Lightroom é um dos que faz essa correção de forma mais simples e rápida, e o destaque do GIMP é o fato dele ser gratuito (www.gimp.org).
Caso você não tenha paciência, tempo e nem conhecimento para fazer esse tipo de correção, na maioria das lojas que fazem a impressão das fotos digitais o computador que gerencia as impressões pode fazer essa correçao automaticamente porém por ser um processo automatizado e fora do nosso controle nem sempre o resultado é do jeito que esperamos.
Uma forma de evitar esse tipo de problema é escolhermos o formato de arquivo RAW (quando disponível na câmera) pois podemos mudar o balanço de branco da forma que quisermos após a fotografia ser tirada. O formato de arquivo RAW será melhor esplorado em um futuro artigo.

Usando o “erro” do balanço de branco ao nosso favor

Apesar do ideal ser o balanço de branco estar configurado de acordo com a fonte de luz muitas vezes podemos ajustá-lo de forma diferente para conseguirmos efeitos interessantes nas nossas fotografias como esquentar ou esfriar os tons de uma cena, mudar o tom de cores ou mesmo mudarmos a cor de pontos de luz.
Como exemplo dessa mudança podemos observar as fotos 3 à 9. Na foto 3 a foto foi tirada usando-se o balanço de branco automático da câmera. Na foto 4 os tons estão um pouco mais quentes devido ao ajuste em luz do sol. Conseguimos esquentar ainda mais os tons ao ajustar o balanço de branco para dia nublado e mais ainda para sombra, como verificamos nas fotos 5 e 6, consecutivamente. Na foto 7 os tons estão bem frios pois a câmera foi ajustada para lâmpada incandescente e como esse tipo de lâmpada emite uma luz mais amarelada a câmera “entende” que precisa esfriar mais as cores para compensar essa tonalidade amarela deixando a foto com cores mais naturais, ou seja, o céu mais azul e o sol mais branco. Apesar de teoricamente esse balanço de branco ser mais “correto” isso fez com que se acabasse o clima de pôr do sol. Na foto 8 o ajuste é para lâmpada fluorescente, note o tom mais violeta do céu. Esse efeito é particularmente interessante quando se tem muitas nuvens ao redor do sol no momento do pôr do sol ou quando o sol já se pôs. Na foto 9 o ajuste é para flash, note-se que os tons são os mesmo da foto 4 que é para luz do sol.



Foto 3 - Balanço de branco ajustado no automático


Foto 4 - Balanço de branco ajustado para luz do sol




Foto 5 - Balanço de branco ajustado para dia nublado




Foto 6 - Balanço de branco ajustado para sombra




Foto 7 - Balanço de branco ajustado para lâmpada incandescente




Foto 8 - Balanço de branco ajustado para lâmpada fluorescente




Foto 9 - Balanço de branco ajustado para flash




Nos exemplos acima não dá para dizermos se têm certo ou errado na escolha do balanço de branco pois é um questão de gosto pessoal e da intenção de quem tirou a foto.


Gerhard muito obrigada pelo excelente artigo!


Agradecemos as visitas e comentários.

quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Artigo sobre Fotografia - Melhorando suas fotos

O ScrapFriendCuritiba estréia uma nova coluna de artigos - sobre fotografia! Temos certeza que será muito interessante, afinal no scrapbook a foto é tudo e quanto mais aprendermos sobre esse assunto, mais páginas bonitas faremos!

Então, aproveitem o artigo escrito por Gerhard Waller!



Melhorando suas fotos
Por Gerhard Waller



Compreendendo os ajustes básicos de sua câmera.

Muitas vezes quando tiramos nossas fotografias nos perguntamos por que nossas fotos não saem tão boas quantos as fotos das revistas, mesmo as fotos de exemplo da propaganda da câmera que eu uso? Tirando o mérito do fotógrafo, pois sou da opinião que quem faz a foto é o fotógrafo e não a câmera, podemos fazer alguns pequenos ajustes na câmera que irá melhorar significativamente o resultado final da su sua foto.


Antes de tudo, leia o manual da sua câmera pois só assim você saberá os recursos que ela oferece e como modificar as configurações dela.

O erro mais comum cometido é tirar a câmera recem comprada da embalagem e começar a usá-la sem alterar as configurações padrões de fábrica. Em geral essas configurações são feitas para facilitar a vida do usuário porém isso compromete e muito o resultado final de foto: ISO automático, imagem com alta compressão e menor resolução para caber mais fotos no cartão de memória, flash automático, zoom digital ligado e outros tantos recursos que podem comprometer o resultado final da foto.


Alguns ajustes básicos e o que acontece ao modificarmos eles:

ISO*

ISO é o padrão de sensibilidade do filme, ou no nosso caso, do sensor digital. Quanto maior o ISO maior a sensibilidade a luz e por consequência quanto menor o ISO, menor a sensibilidade. Mas então porque não deixar ajustado o ISO para a maior sensibilidade? Porque o preço que se paga por uma maior sensibilidade é o maior ruído no sensor, comprometendo a qualidade da foto. Usamos um alto ISO quando temos situações de pouca luz e precisamos de mais sensibilidade no sensor e nessas situações é melhor ter um pouco de ruído mas pelo menos conseguimos fazer a foto.
Se temos um ambiente claro o suficiente então a melhor opção para garantir uma melhor qualidade na foto é usar um ISO baixo, em geral 100 ou até mesmo 64 (em algumas câmeras).




Foto 1: ISO 100.



Foto 2: Detalhe ISO 100.



Foto 3: ISO 1600.



Foto 4: Detalhe ISO 1600.




Compressão da foto

As fotos tiradas no formato Jpeg (.JPG) sofrem um processamento pela câmera e em geral são comprimidas para se ter um arquivo de menor tamanho. Essa compressão faz com que se perca algumas informações importantes no arquivo ocasionando uma diminuição na qualidade da foto. Nas fotografias tiradas para serem usadas na internet ou mesmo para serem visualizadas apenas no computador essa compressão é quase imperceptivel porém quando imprimimos uma foto essa diminuição de qualidade é percebida, principalmente nas impressões de grandes dimensões.
Ajuste o grau de compressão da foto para o menor valor possivel (em geral no modo “fine”) se você pretende imprimir suas fotos, os arquivos serão maiores mas o resultado final compensa.



Foto 5: Detalhe foto em .JPG com baixa taxa de compressão.

Foto 6: Detalhe foto em .JPG com alta taxa de compressão.



Tamanho da foto

É possivel selecionar o tamanho da foto que será tirada pela sua câmera. Tamanho maiores geram arquivos maiores mas permitem que fotos maiores possam ser impressas sem perda de qualidade. Podemos usar a seguinte tabela como referência:

Megapixel Tamanho da foto (cm)
1 MP 7x10
2 MP 10x15
3 MP 13x18
5 MP 18x24
8 MP 20x25
10 MP 24x50

É possivel imprimir fotos maiores usando uma resolução menor, porém isso acarretará um diminuição de qualidade final da foto impressa. Quanto maior for a necessidade de se ampliar a foto, pior o resultado final.
Deixe sua câmera configurada para o tamanho máximo da foto, você não só poderá imprimir fotos maiores como também poderá selecionar partes da foto (crop) com pouca ou nenhuma perda na qualidade final.

Zoom digital

O zoom digital nada mais é do que um recurso da câmera de ampliar as informações do sensor, com isso temos perda da qualidade da foto.
Desligue o zoom digital da sua câmera e caso precise selecione a parte da foto que você quer ampliar e faça a ampliação usando programas como o Photoshop ou outro programa de edição de fotos, em geral o resultado é muito superior ao do zoom digital.


* O ISO será tratado com mais detalhes em outro artigo.




Gerhard Waller é veterinário por formação,
engenheiro mecânico por profissão
e fotógrafo por paixão.


Agora conheça um pouco do excelente trabalho de Gerhard Waller:

























Esperamos que vocês tenham gostado dessa novidade que preparamos com muito carinho!!!



Um excelente final de semana para vocês!!!