terça-feira, 6 de outubro de 2009

DESTAQUE DO MÊS DE OUTUBRO

O destaque do mês de outubro é o mega talentoso Marcio! Vocês precisam ver os detalhes do trabalho desse menino, haja paciência cortar títulos e pequenos enfeites tudo à mão e com estilete!!!

Temos certeza que vocês irão adorar conhecer um pouco mais sobre ele e do trabalho dele, pois é muito interessante!

E ele também trouxe uma dica muito interessante sobre como combinarcores e fundos de páginas!

Então, vamos conhecê-lo um pouco mais?

1. Como e quando você teve contato com o scrapbook a primeira vez?
Quando voltei dos Jogos Olímpicos de Inverno, em 2006. Eu já costumava guardar ingressos, cartões de embarque e outras coisas dos lugares que eu visitava, e colava em álbuns de fotos normais com espaço para escrever ao lado. Mas para a olimpíada eu pensei em fazer alguma coisa diferente, embora não soubesse o que. Quando levei os filmes para revelar, havia álbuns de scrap no laboratório aonde eu costumava ir, e pensei "é isso que eu vou fazer". Cheguei a deixar meu nome lá para fazer aulas, mas nunca me chamaram.

2. Qual é sua maior inspiração para os seus layouts?
Acho que se for considerar tudo o que eu já fiz, acho que o que me bota para fazer scrap são esportes, viagens e a Cristina.

3. Quais são suas técnicas preferidas?
Eu não domino muitas técnicas -- basicamente eu trabalho com papel, tesoura e cola, só fiz shaker box uma vez (mas gostei), então vou usando um papel rasgado aqui, alguns enfeites feitos com furador ali (já devo ter feito não sei quantas araucárias usando vários tamanhos de furador de círculo), vou cortando letras e títulos de página com estilete (ainda bem que tenho paciência para isso)... e tento compensar a falta de técnica com criatividade.

4. Como você definiria seu estilo?
Eu não saberia classificar meu estilo dentro dos termos que se costuma usar, mas sei de algumas coisas:1. eu não costumo enfeitar demais as páginas;2. tenho um certo gosto por padronização -- por exemplo, em um dos meus álbuns da olimpíada todas as páginas têm o mesmo fundo, todos os títulos usam a mesma fonte, e eu vou variando em cima disso. Ou, no álbum do Pan, cada esporte tem um papel de fundo igual para todas as páginas.3. Em LOs duplos eu tenho tendência a "emoldurar" o conjunto, colocando elementos bem à esquerda e bem à direita -- vocês vão ver isso em alguns exemplos de LOs que estão nas fotos.4. Talvez por conta do meu trabalho em jornal, tendo que imaginar como as matérias e fotos são distribuídas nas páginas, alguns trabalhos meus saem um pouco parecidos com uma infografia de jornal.

5. Como você começa seus layouts, pela foto, journaling, materiais ou outros (citar qual)?
Em geral, a primeira coisa que eu costumo decidir é que fotos eu vou usar e qual o tamanho para cada uma delas. Depois eu penso no papel que vai servir de fundo. Em alguns casos eu começo pelo papel -- normalmente quando estou em loja e vejo alguma coisa que eu sei que vai ficar bom, independentemente da foto.

6. De todos os layouts que fez, qual é seu preferido e porquê?
A Luciana, da Scraperia, uma vez me disse que esse LO "Cristina em Curitiba, Marcio em Blumenau" era o que me definia como scrapper. E é mesmo um dos meus preferidos, porque tem um pouco de tudo o que eu costumo fazer em scrap: pesquisa na internet para encontrar as fontes iguais às usadas em placas de trânsito, os ícones dos lugares, depois trabalho no computador para fazer as placas e o caminho de uma cidade até a outra, o trabalho com tesoura e estilete para fazer o castelinho da Moellmann...O LO do Curling, do meu álbum olímpico, é outro que eu curto muito porque tinha o desafio de explicar para as pessoas como funciona um esporte que não existe aqui. E acho que consegui o meu objetivo. Esse tem muito a ver com a história do "infográfico de jornal" que eu mencionei antes.E o LO do Papa também me é muito especial pelo trabalho que ele deu para replicar o brasão de Bento XVI no fundo, usando cardstock e pesquisando imagens na internet.

7. Você tem uma scrapper na qual se inspira, da qual é fã?
Eu gosto muito do jeito como a Renata Moni faz os títulos dos LOs dela. Acho que a única referência que eu tenho, até onde eu consigo me lembrar.

8. Você tem uma linha de produtos da qual é fã?
Se "ser fã" não significa necessariamente ter a linha toda, eu acho os carimbos da Projeto Artes bem criativos, embora tenha poucos deles; e, como uso muito cardstock, gosto muito da ColorMates por causa da variedade de cores.

9. Quais são os materiais que mais gosta de usar, aqueles que não podem faltar no seu ateliê?
Como eu acabei de mencionar, cardstock é essencial. Transparência também, porque muitas coisas que eu faço envolvem ingressos, bilhetes, cartões, coisas que exigem um "sanduíche" de transparência para proteger o item. Ultimamente tenho acumulado algumas cartelas de Thickers, mas acho que isso está me dexando mal acostumado, preciso voltar a cortar umas letras com estilete de novo.

10. Se fosse começar um layout hoje, agora, o que mais gostaria de retratar?
Provavelmente a minha viagem recente aos Estados Unidos.



CORES E FUNDOS

Nas aulas de scrap e artigos em sites especializados, lemos muita coisa sobre o uso das cores, e como elas devem combinar entre si para criar páginas mais harmoniosas, usando roda de cores e outros recursos. O que eu gostaria de propor neste meio tutorial, meio artigo, é uma outra forma de ver as cores. Se partirmos do princípio de que a finalidade do scrap não é simplesmente colocar um monte de enfeites em volta de uma foto, e sim contar uma história e preservar as lembranças daquele momento que está na imagem, acho que as cores, e os fundos que criamos com elas, podem também ajudar a contar essas histórias, ainda que “desrespeitando as regras”, ou seja, mesmo que as cores não combinem entre si, ou não combinem com a foto. Às vezes basta ter as cores certas de cardstock para criar um fundo que tenha o seu significado.

Tampado com a bandeira do Rio Grande

O álbum da Cristina tem um punhado de páginas sobre tradição gaúcha, então é natural que eu tivesse resolvido usar as cores da bandeira do Rio Grande do Sul na composição das páginas. Na primeira delas, simplesmente repliquei a bandeira do estado:


Depois fiz uma série de quatro LOs sobre nossa viagem a Porto Alegre e outras cidades gaúchas. Embora o que mais chame a atenção das pessoas que veem essas páginas seja o formato (do mapa do estado), não custa lembrar que de novo repeti a sequência das cores gaúchas, ainda por cima aproveitando o verde para falar da visita à Serra Gaúcha e aos parques de Gramado e Canela. Mas, como eram quatro LOs e a bandeira tem três cores, a última página foi feita usando o marrom, cor da madeira de que são feitos os galpões de CTG.





Aproveitando significados das cores

Um CJ recente que fiz foi o da Márcia, sobre o que nós fazemos para melhorar o mundo. Eu já sabia o que eu iria contar, mas estava me batendo um pouco para achar um fundo que fosse interessante, até que me lembrei de que existe um código internacional de cores para materiais recicláveis. Voltei a pesquisar na internet e encontrei as regulamentações: assim foi só criar o fundo usando cardstock das cores que representam papel, plástico, metal e vidro.


Transformando roupa em fundo para LO

Um exemplo de como o fundo pode ajudar a contar a história é o caso dos Jogos Olímpicos de Inverno em que trabalhei como voluntário. Nós recebemos um uniforme que tinha um casaco cinza e blusas vermelhas, com detalhes em outros tons quentes. Usando apenas cardstock dessas cores, consegui reproduzir detalhes das roupas no papel. Vejam como era a blusa vermelha:


e como o desenho dela acabou transformado em scrap:


Aqui, um caso específico do uso do simbolismo das cores. Este LO é dedicado a um voluntário em específico, grande torcedor de um time de futebol cujas cores são vermelho e azul (é o Cagliari, não o Paraná Clube). Como o vermelho já está no fundo, usei o azul em todos os outros detalhes, como no título e nos ilhoses:


Eu aproveitei o mesmo desenho para criar variações, ainda usando o simbolismo das cores. Uma das páginas será sobre voluntários brasileiros, e outra sobre voluntários estonianos. Eu mantive o desenho e mudei as cores (a bandeira da Estônia é branca, preta e azul).


Agora, vejam como era nosso casaco cinza:


E como ele foi representado em papel: o que fiz foi copiar o desenho das mangas do casaco, em vermelho e amarelo, usando um cordão prata (no casaco real, ele é feito de um material que brilha no escuro):


Um simbolismo final

Roxo, lilás, talvez não sejam as cores mais adequadas, ou mais alegres, ou que combinem mais com uma série de outras coisas. Mas é a cor da Religion Newswriters Association, de cujo congresso participei mês passado nos Estados Unidos. Assim, na hora de fazer os LOs sobre o evento, não pensei em outra coisa a não ser aproveitar a cor oficial da instituição. Foi só usar um carimbo da Projeto Artes, e a base para as fotos remete ao mesmo tempo a jornalismo, por causa dos lápis, e à RNA, por causa do roxo:



Agora, um pouco do trabalho perfeito do Marcio.






Muito legal, né?

Agradecemos à visita!

8 comentários:

Karine Morais Balabuch disse...

Muito bom Márcio!!!
Adorei as dicas de cores!!!!

Maya disse...

Legal ver um pouco do scrap do Márcio!
bjos

Anônimo disse...

Sou ou não sou a guria mais sortuda do mundo!?
Além do Marcio ter inúmeras qualidades, ele ainda faz scrap!

Ass: Cristina.

Leticia Pereira disse...

Marcio, adorei suas dicas!!!!
Seus trabalhos são excelentes!

Silvana Franco disse...

Adorei os trabalhos do Márcio!!! Ele realmente considera o propósito do scrap que é guardar memórias!

Anônimo disse...

Parabéns Marcio pelas suas páginas, estão lindas, e obrigada pelas dicas.

Isabel Rocha

SIBELE disse...

Marcio, vc é um designer perfeito!
O objetivo do scrapbooking é destacar a foto. E é realmente o que vc faz. Os complementos,as historias,só fazem valorizar ainda mais o seu trabalho.
Parabens!

patricia dias disse...

Marcio,

Parabéns pelo texto e pelos projetos.
Seu trabalhos trazem a essência do scrap -
as fotos e o journaling.